A direção é de Kiko Rieser, com atuação de Priscila Paes.
Inédito no Brasil, Fôlego, do jovem autor escocês em ascensão Gary McNair, ganha tradução de Priscila Paes (que também atua no espetáculo) e direção de Kiko Rieser, na primeira montagem de sua obra no país. A peça será transmitida de 1 a 16 de maio, aos sábados e domingos, às 20h, pela Plataforma Teatro.
Gary McNair tem recebido diversos prêmios no Reino Unido, com encenações de suas peças em diversos países. A peça Fôlego nos apresenta uma protagonista em uma situação bastante específica e bem distante de nossas vidas “saudáveis”, mas suas dúvidas, dilemas, medos e desejos são os mesmos que os nossos.
A obra conta a história de Jane que sofre de epilepsia e, contra todas as expectativas, descobre na corrida um modo de evitar as convulsões. Passa a correr todos os dias, diversas vezes, sempre que sente que está para convulsionar – e isso parece ter resolvido o problema. Até que, depois de muito tempo, ela tem um novo ataque. Recebe, então, a notícia de que pode realizar uma cirurgia para a retirada de parte de seu cérebro, o que curaria sua doença, mas poderia deixar sequelas. Jane decide então participar da chamada “Corrida da Morte” no deserto de San Antonio. Ela se impõe as 110 milhas da ultramaratona como prazo para tomar sua decisão.
“Reconhecer-se em um mundo aparentemente distante é o que torna esta peça tocante para o público em geral. Fôlego é impactante porque todos nós, mesmo não sofrendo de epilepsia, nos reconhecemos em Jane pela possibilidade, sempre presente, do imponderável se estabelecer em nossas vidas. Buscamos todos alcançar e, por vezes, ultrapassar os nossos limites físicos e psíquicos. Será que é sempre possível alcançá-los? Assim como Jane, estamos sempre lidando com escolhas no nosso dia-a-dia. O tempo dela está correndo. Nosso tempo também está correndo. A todo custo e a toda hora é preciso tomar uma decisão. E nós corremos, seja para tomá-la mais rapidamente, seja para fugir dela”, conta a tradutora Priscila Paes.
Para entender melhor a condição de Jane e seus aspectos concretos, Priscila Paes contou com a colaboração da equipe de assistentes sociais, psicólogos e médicos da Associação Brasileira de Epilepsia, e participou de encontros semanais com pessoas que sofrem desta doença. “Essas pessoas também buscam um alívio para sua condição e algumas delas inclusive devem decidir se fazem ou não a cirurgia para retirar parte de seus cérebros. O contato com pessoas na mesma situação de Jane, que enfrentam as mesmas dificuldades e os mesmos dilemas que a protagonista da peça, é fundamental para poder me colocar em cena de maneira precisa”, conta a atriz.
Serviço
Fôlego
De 1 a 16 de maio
Sábados e domingos, às 20h
Gratuito
50 minutos
Projeto realizado com apoio do edital ProAC LAB nº 36
Comments