Por Fernando Jorge
Recebi da minha leitora Ingrid Luiza Rainer uma carta com as seguintes palavras:
“Li, escritor Fernando Jorge, o seu livro Vida e poesia de Olavo Bilac, cuja sexta edição foi lançada pela editora Novo Século e fiquei impressionada com a grande paixão do poeta Bilac pela moça Amélia de Oliveira. E ela também era apaixonada por ele. Pergunto ao senhor, que tipo de amor inflamava o coração dos dois?”
Prezada leitora Ingrid, existem vários tipos de amor, como existem vários tipos de flor. Até rimou, amor com flor...
Existe o amor paixão. É o amor que descrevo no meu livro Vida e poesias de Olavo Bilac, o profundo, o imenso afeto entre duas almas gêmeas.
Existe o amor sereno, sossegado, tão tranquilo como um céu sem nuvens, cheio de estrelas.
Existe o amor tempestade, sacudido por raios, trovões, estouros, barulho infernal.
Existe o amor mordido feito pelo feroz tigre ciúme, amor que dá mordidas e difícil de ser acalmado.
Existe o amor guloso, faminto, louco por beijos, carícias, apertos, agarramentos, gruda-mentos.
Um materialista me disse:
– Fernando, você está errado. Vou corrigi-lo. Existem vários tipos de amor como existem vários tipos de fedor.
Xinguei o fulano que me disse isto...
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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