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Foto do escritorFernando Jorge

Existem dois tipos de médicos no Brasil, os que matam e os que salvam as vidas

Por Fernando Jorge

Freepik

Conheço várias vítimas dos diagnósticos errados de seus médicos. Uma delas é a minha cunhada, Ivone Martella, e outra, a minha filha, Ana Maria.


Nascido na Escócia, o escritor Robert Louis Balfour Steveson (1850-1894) é o autor da novela Dr. Jekyll and mr. Hyde (O médico e o monstro), publicada no ano de 1886. Nessa obra ele mostra um médico que após ingerir um líquido, transforma-se numa criatura monstruosa, sanguinária. Pois bem, aqui no Brasil, eis a pura verdade, dezenas de médicos não precisam beber nenhum líquido feito pelo diabo, para se transformarem em monstros, porque esses médicos já são monstros.


Quando fui funcionário da Assembleia Legislativa de São Paulo, exercendo o cargo de diretor da biblioteca desse poder, havia lá um médico que me impressionou muito. Ele era o diretor do departamento de medicina da Assembleia. Alegre, rindo, soltando gargalhadas, ouvi esse médico assim descrever um desastre presenciado por ele:


– O automóvel invadiu a calçada e atropelou seis pessoas. Ha, ha, há! Esmagou o crânio de uma senhora, o sangue dela espirrou. Ha, ha, ha, ha! E esmagou um mendigo, ha, ha, ha, ha! E fez outra cabeça voar, como se fosse um passarinho! A calçada ficou coberta de sangue, toda vermelha! Ha! Ha! Ha! Até o poste se tingiu de sangue! Ha! Ha! Ha!


Vendo e ouvindo as gargalhadas desse médico, tive a impressão de que ele era o médico monstruoso do Robert Louis Balfour Stevenson.


Mas, felizmente, ainda temos no Brasil médicos competentes, que curam, salvam vidas, como Mauro Borghi, diretor regional da Rede D’Or, e o doutor Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or. Ambos, ao contrario de dezenas de médicos brasileiros assassinos, nunca mataram os seus pacientes com diagnósticos errados.



Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.

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