Eu, o Ronaldo e os hipócritas condenados pela Bíblia
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Eu, o Ronaldo e os hipócritas condenados pela Bíblia

Por Fernando Jorge

Imagem: Freepik

Nas longas conversas que eu tinha com o meu querido amigo Ronaldo Côrtes, um dia ele me perguntou:


– Fernando, você conhece algum livro que condena muito os hipócritas?


– Eu tenho esse livro – respondi – vou mostrar a você no nosso próximo encontro.


Três dias depois mostrei o livro ao Ronaldo:


– Aqui está, diante dos seus olhos, o livro que condena muito os hipócritas, a Bíblia.


Abri o volume e li em voz alta, numa página num trecho marcado:


“Com os lábios o hipócrita arruína o seu próximo.”


E acrescentei:


– Frase do versículo 9 do capítulo 11 dos Provérbios.


Informei ao Ronaldo que existem várias traduções da Bíblia e portanto essas traduções não são iguais. Portanto a frase citada por mim não aparece igual em outras traduções do livro sagrado, podendo dar a impressão de não serem traduções corretas... Abri outra vez a Bíblia e li em voz alta, para o Ronaldo, estas palavras do Eclesiástico:


“Ai do coração fingido, dos lábios perversos, das mãos malfazejas, do pecador que leva na terra uma vida de duplicidades!”


Li devagar o trecho e salientei:


– Meu amigo Ronaldo Côrtes, veja aí, nesta passagem da Bíblia, como nestas palavras está perfeitamente retratado o hipócrita, o ser humano cuja alma falsa, se cheirasse, empestearia qualquer ambiente.

Ronaldo concordou:


– É verdade, Fernando, é verdade.


Não parei de ler a Bíblia, prossegui, lendo em voz alta o seguinte trecho do versículo 42 do capítulo 6 do Evangelho de São Lucas:


“Por que vês a palhinha no olho do teu irmão e não reparas na trave que está em teu olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e depois enxergarás para tirar a palhinha do olho do teu irmão.”


O meu amigo Ronaldo Côrtes ficou tão entusiasmado, ao ouvir isto, que se ergueu da cadeira batendo palmas.


Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.

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