Zoom fatigue: o estresse e esgotamento causados pelas relações online
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Zoom fatigue: o estresse e esgotamento causados pelas relações online

Por Elizandra Souza


Já aprendemos que tudo que é excessivo, é prejudicial e agora surge mais uma novidade advinda da situação da pandemia. São tantas reuniões online, encontros e lives que nossa condição psíquica e emocional não está suportando. “A mesma ferramenta que nos aproxima dos outros e permite não adoecermos pelo isolamento, tem se mostrado patologizante, quando usado de forma demasiada”, diz a psicanalista Elizandra Souza.

As ferramentas online utilizadas para reuniões, aulas e bate-papo aumentaram em procura e download, favorecendo o encontro e o trabalho virtual, inclusive com comemorações de aniversários e outros eventos.  O problema que surge, e cria nova patologia, é o exagero. Os excessos são sempre prejudiciais e esse não seria diferente. A mais nova forma de cansaço mental, que chega a um esgotamento tem nome: zoom fatigue (em inglês). A psicanalista Elizandra Souza, alerta para o fato de que não são somente dores físicas que se apresentam, mas também um sofrimento mental: “as pessoas sentem que precisam estar mais disponíveis, já que estão em casa, como se não houvesse esforço. Mas isto é um erro, pois aumentam reclamações de dores no corpo e ‘dor de pensar’, é um estresse que chega a doer”.


Ainda segundo Elizandra, a falta de contato humano já é por si só desgastante e desestruturante: “pessoas podem ter a sensação de não existir”, contudo, aponta que o cansaço das relações virtuais, também prejudicam, pois conforme a atenção aumenta para o vídeo, mais se exige das conexões cerebrais, fazendo com que o trabalho de pensar seja exaustivo, já que o tempo “virtual” não é percebido como longo demais. Além disso, nosso cérebro precisou aprender, muito rapidamente esta forma de conexão com o outro e com o mundo. Como as habilidades de comunicação comuns ficam prejudicadas, como olhares, gestos, respiração, a adaptação para entendimento do que o outro diz é mais exaustiva. Porém, para quem já tinha dificuldades com contatos pessoais, ficou mais agradável este tipo de relação.


De acordo com a Dra. Elizandra, podemos elencar algumas dicas para viver este momento:


1. Ter rotina de trabalho e estudo virtual;


2. Não ultrapassar 2 horas na frente do computador, sem se levantar e dar uma volta na casa;


3. Ter atividades de lazer distante do computador;


4. Evitar ficar numa única posição durante muito tempo;


5. Sair da sala ou desligar áudio e câmera se tiver sensação de ansiedade;


6. Evitar aplicativos que abrem a câmera de vários participantes ao mesmo tempo (isso facilita nossa atenção

e concentração naquilo que o outro está falando, se somente ele aparece na tela);


7. Prefira o áudio (ao vivo). A câmera exige mais de nossa concentração e de nossa postura.


Elizandra Souza é psicanalista e atende em consultório particular, desde 2001. Professora em cursos de Formação em Psicanálise, desde 2003. Supervisora clínica, desde 2010. Doutoranda em Psicologia pela UCES (Buenos Aires). Mestre em Educação pela Universidade São Francisco. Tem especialização pela PUC-SP em Psicanálise e Linguagem e Magistério do Ensino Superior. Para conhecer mais sobre o seu trabalho acesse https://www.elizandrasouza.com.br/

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