Por Coronel Camilo
O ditado popular "Não dê o peixe, ensine a pescar" ressoa profundamente na esfera das políticas públicas e do desenvolvimento social. A essência desse provérbio enfatiza a importância de políticas que vão além do assistencialismo, que focam em capacitar os indivíduos para uma vida autônoma e produtiva. Um exemplo emblemático é o Programa Operação Trabalho (POT) da Prefeitura de São Paulo, que ilustra muito bem e faz parte de uma política que deu certo. Muitas pessoas conseguiram superar a situação de rua e, ao mesmo tempo, obter uma renda para sua autonomia.
O Programa Operação Trabalho (POT) é um programa social que incentiva pessoas desempregadas a retornarem ao mercado de trabalho, oferecendo vagas de emprego em espaços públicos. São elegíveis para participar pessoas maiores de 18 anos residentes em São Paulo por no mínimo 2 anos e que estejam desempregadas por no mínimo 4 meses ou com renda familiar mensal de até meio salário mínimo, por cada pessoa da família, e não estar recebendo seguro desemprego.
O programa, que atualmente tem 18 mil vagas distribuídas em 17 projetos e tem ainda 2 mil disponíveis para preenchimento, ganhou no último dia 16/01/2024, na região central, o primeiro Centro POT – Centro de Capacitação Profissional do Programa Operação Trabalho, que tem capacidade para atender até 3 mil pessoas por semana e vai oferecer oficinas socioemocionais, com o objetivo de preparar os participantes para o mercado de trabalho.
O principal mérito do programa, cuja bolsa varia entre R$ 1.482,60 - 30 horas semanais, 6 horas por dia, ou R$ 988,34 - 20 horas semanais, 4 horas diárias -, é que oferece uma oportunidade de mudança de vida para as pessoas. O assistencialismo, embora necessário em situações emergenciais, muitas vezes cria dependência, impedindo o desenvolvimento de habilidades e a autonomia das pessoas. Ao contrário, políticas que focam em educação, capacitação e geração de oportunidades propiciam um desenvolvimento sustentável e a longo prazo. E o POT é uma iniciativa nessa linha.
Criar autonomia nas pessoas é uma estratégia poderosa para o desenvolvimento social sustentável. Ao invés de oferecer soluções temporárias, essa abordagem se concentra em dar às pessoas as ferramentas e habilidades necessárias para que elas possam se sustentar a longo prazo. É preciso ensinar a pescar.
Coronel Camilo é formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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