Em razão da pandemia, estima-se que muitos pacientes não estão fazendo exames laboratoriais para controle ou mesmo para diagnóstico de problemas na tireoide. Isso é pode se tornar um problema a longo prazo.
A glândula tireoide fica localizada na parte anterior do pescoço próximo a transição do tórax, mede cerca de 5 cm e é composta por 2 lobos interligados pelo istmo. Seu formato lembra uma borboleta e é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos T3 e T4, que regulam o nosso metabolismo e sua importância começa desde a vida intrauterina até o último dia de vida. Ela regula funções vitais, tais como a frequência dos batimentos cardíacos, temperatura, entre outros. Os altos e baixos níveis desses hormônios causam as duas principais doenças da tireoide: hipotireoidismo e hipertireoidismo.

Afinal, o que é hipotireoidismo? Ele ocorre quando há deficiência na produção dos hormônios da tireoide, e a principal causa é a tireoidite de Hashimoto, sendo comum nas mulheres. Os sintomas do hipotireoidismo são inespecíficos tais como sonolência, indisposição, queda de cabelo, pele seca, constipação intestinal, alteração de memória, ou seja, pode estar presente em outras condições clínicas. O diagnóstico é feito após avaliação clínica do paciente seguido de exames de sangue.
Existe uma condição oposta ao hipotireoidismo onde há excesso na produção dos hormônios tireoidianos causando o hipertireoidismo. Isso ocorre quando a glândula da tireoide é hiperativa, ou seja, trabalha em excesso. Os níveis de T4 livre e T3 estão elevados causando um aumento do metabolismo de todas as células do nosso corpo. Os sintomas mais frequentes são aumento da frequência cardíaca (podendo causar arritmia cardíaca), intolerância ao calor, tremor, fragilidade de unhas e cabelos, aumento do apetite e perda de peso.
A causa mais comum do hipertireoidismo é autoimune, conhecida como doença de Graves que ocorre por uma desregulação do nosso sistema autoimune (nosso sistema de defesa).
É importante procurar um endocrinologista para avaliação clínica e laboratorial, e se confirmado hipertireoidismo ou hipotireoidismo realizar acompanhamento ambulatorial para decidir e monitorar melhor o tratamento.
O hipertireoidismo não tratado pode causar cardiopatias ou agravar doenças cardíacas pré-existentes, causar perda de massa óssea até osteoporose.
Já o hipotireoidismo, quando não tratado, pode causar alteração na função cardíaca, aumento do colesterol, infertilidade entre outras. Na gestante, quando não diagnosticado e tratado, o hipotireoidismo levará à falta do hormônio da tireoide para o feto, que pode afetar a formação do sistema nervoso central.
Por isso é sempre importante procurar assistência médica caso alguns dos sintomas citados ocorram.
Dra. Isabela de Mendonça Vaz Moraes, endocrinologista, graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, título de especialista pela Sociedade de endocrinologia e metabologia- SBEM
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