Covid-19 e seus impactos na saúde
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Covid-19 e seus impactos na saúde

Além de desencadear quadros e depressão, o Sars-CoV-2 pode esconder doenças perigosas

Usar máscaras e evitar aglomerações ainda são as melhores maneiras de se proteger (Imagem: Freepik)

Perto de alcançar a marca de 2,5 milhões de mortes no mundo pela Covid-19, a pandemia não dá sinais de que está perto do fim. Com 250 mil óbitos, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes, atrás apenas do Estados Unidos - que alcançou mais de 500 mil.


Além dos já conhecidos sintomas: : sensação febril ou febre, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, dificuldade em respirar e perda de olfato e paladar, a cada dia novos sintomas e sequelas são apontados pelos médicos.


Recentemente, cientistas e pesquisadores observaram que o Sars-CoV-2 pode ser capaz de infectar os astrócitos, células que ajudam os neurônios a se manterem vivos, causando confusão mental, ansiedade, depressão, dificuldade de raciocínio, perda de memória, falta de equilíbrio, problemas com compreensão, mudanças comportamentais e emocionais.

Um estudo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, indica que em 80% dos participantes recuperados de Covid-19 indicaram alguma desordem cognitiva. Incluindo os pacientes assintomáticos ou que tiveram sintomas leves.

“Pesquisas recentes apontam diversas consequências para a saúde mental e cerebral de pacientes recuperados da Covid-19. Por isso, é importante que as pessoas saibam que é uma possibilidade, e que estejam atentas aos sintomas mais comuns como perda de lembranças, dificuldades com concentração e execução de tarefas simples, além de fraquezas e dores pelo corpo. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maiores as chances de recuperação e melhores os prognósticos”, diz o neurocientista Nicolas Cesar.

Segundo Nicolas, em alguns casos, dependendo das regiões afetadas e quando as perdas neuronais são leves, há possibilidade dos traumas serem revertidos com o tempo, devido a neuroplasticidade, conhecida também como plasticidade cerebral, que é a capacidade fundamental do cérebro de se reorganizar.

Os tratamentos para as lesões são diferentes, mas em geral são indicadas as terapias cognitivas e ocupacionais, em algumas situações os médicos indicam também a utilização de medicamentos.


Perigos escondidos


Os primeiros sintomas do novo coronavírus podem ser confundidos com outras doenças graves. Toda doença infecciosa tende a iniciar com febre e dor no corpo, sintomas que também estão presentes em casos de Covid-19. Entre tantos casos que entram e saem dos hospitais com sintomas semelhantes, um deles chama a atenção e levanta um importante alerta: a morte da estudante paranaense Ellen da Rocha Posselt, de 17 anos.


A jovem faleceu vítima de meningite bacteriana, uma semana depois de apresentar os primeiros sintomas. Segundo os familiares, inicialmente, os médicos trataram a doença como Covid-19. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da meningite, caso a doença não seja tratada corretamente, é de 70 a 90% dos casos.


De acordo com o infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo, Marcelo Ducroquet, alguns sintomas da meningite e da Covid-19 são similares. “Na fase inicial, as duas doenças têm sintomas iguais, como febre e mal-estar. Depois, pacientes com Covid-19 apresentam problemas respiratórios, como tosse e falta de ar. Já a meningite faz o paciente ter sonolência, dores de cabeça e confusão mental - o que é incomum em pacientes com coronavírus”, explica.


Segundo Ducroquet, é possível confundir a Covid-19 com outras doenças, como dengue, pneumonia e pielonefrite - infecção nos rins. “O mesmo aconteceu em 2009, na pandemia de H1N1. Por isso, nesse período, não podemos deixar de pensar em outros diagnósticos. Nem todos os pacientes com febre estarão com coronavírus, portanto, os médicos precisam ficar atentos a outros cenários”, alerta.



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