Por Coronel Camilo

Vamos voltar ao tema e falar hoje sobre como você pode auxiliar na segurança do condomínio ou da associação onde você reside. Atitudes simples podem aumentar a segurança de todos e evitar grandes transtornos aos moradores. Tudo se resume em colaboração e participação.
Como explica o Coronel José Elias de Godoy, especialista em segurança de condomínios, a segurança no condomínio pode ser expressa por um triângulo. O primeiro vértice - e onde tudo começa - é a conscientização dos moradores, sem isso nada acontece. O segundo vértice é o investimento nos funcionários, que devem estar bem capacitados e periodicamente reciclados. Por último, a segurança física, que pode ser conquistada com obstáculos físicos e o uso da tecnologia.
Vamos ao primeiro: os moradores. Esta é a questão mais delicada. Muitas vezes colocam-se barreiras físicas e a tecnologia, treinam-se os funcionários, mas na hora da execução, o primeiro a burlar as normas e não seguir as orientações de segurança é o próprio condômino. Uma definição clara de procedimentos escritos, aprovada em assembleia e uma campanha de orientação feita pelo síndico ou pelo administrador, com cartazes nos elevadores e palestras aos moradores, podem suprir este problema. É importante deixar um canal de comunicação para sanar dúvidas e resolver qualquer problema de segurança.
Em relação aos funcionários, a capacitação é a palavra-chave. Além de uma boa seleção, consultando antecedentes criminais na hora da contratação, é de suma importância um bom treinamento para que os funcionários possam conhecer e utilizar os equipamentos e a tecnologia utilizada. No treinamento, também aprenderão a forma correta de abordar as pessoas, os visitantes e principalmente identificar e evitar os golpes mais comuns aplicados. Lembro que na maior parte dos furtos e roubos, o infrator entra pela porta da frente, com autorização de funcionários ou moradores. Isso só se evita com uma forte educação continuada dos colaboradores.
A última questão, a segurança física, pode ser implementada sem muito investimento. Barreiras físicas, duplo portão para os veículos, guaritas protegidas, espaço para passa-volumes, cercas de vidro ou com grades, onde se possa visualizar a entrada do condomínio e de lá quem se aproxima, são exemplos de segurança física que não requerem grandes investimentos. Hoje em dia, também temos os sistemas de monitoramento, onde câmeras espalhadas pelas áreas comuns do condomínio permitem o monitoramento e a intervenção caso necessário.
Alguns condomínios optam também pela portaria virtual e monitoramento à distância. É uma solução que funciona, mas também deve ter os seus cuidados. Com uma portaria virtual, passa a ser mais importante ainda a conscientização dos moradores em seguir as regras estabelecidas, pois não teremos um porteiro para constantemente observar a entrada do condomínio e agir. Importante que seja uma decisão de consenso, bem entendida e aceita por todos.
Por fim, importante também é participar do programa Vizinhança Solidária da sua rua, pois cuidar do espaço público no entorno do condomínio faz a diferença. A troca de informações entre os prédios ou as residências, comunicando qualquer anormalidade e, se necessário, à polícia, é uma das melhores formas de se evitar problemas de segurança e invasões de condomínios.
A segurança pública é direito do cidadão, dever do Estado e responsabilidade de todos nós. Participar e colaborar com segurança sempre vai permitir uma melhor qualidade de vida para todos.

Coronel Camilo é formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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