Combate ao Colesterol: a importância de hábitos saudáveis
top of page
Buscar

Combate ao Colesterol: a importância de hábitos saudáveis

Colesterol alto é fator de risco cardiovascular que atinge 40% da população adulta

É importante priorizar o consumo de gorduras mais saudáveis, que estão presentes no azeite, abacate, óleo de canola, oleaginosas e peixes ricos em ômega 3. (Freepik)

Assim como a obesidade, o diabetes e a hipertensão arterial, índices elevados de colesterol na corrente sanguínea são fatores de risco para doenças cardiovasculares – incluindo infarto e acidente vascular cerebral.


Para alertar a população sobre a importância da rotina de acompanhamentos médicos e adoção de hábitos saudáveis, 8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Controle do Colesterol Elevado.


Um artigo publicado no mês de junho pela Revista Nature faz um reposicionamento global do epicentro de colesterol ruim. No trabalho, assinado por mais de 400 pesquisadores do mundo, foram levantados mais de 1.000 estudos, relatando medições de colesterol em cerca de 100 milhões de pessoas.


Segundo o artigo, historicamente esta gordura sempre se fez mais presente em países ricos. Entretanto, dietas e hábitos comportamentais tem sido fatores determinantes para mudar este quadro e tornar o colesterol frequente em localidades mais pobres.


De acordo com um levantamento feito pelo HCor, durante a pandemia, no intervalo entre abril e junho, os cuidados com a saúde tiveram uma queda brusca. O hospital observou redução de cerca de 70% no número de atendimentos para consultas e exames de rotina. Concomitantemente, o número de entradas pelo pronto-socorro de pacientes críticos (com pelo menos uma passagem pela UTI durante a internação) subiu 27,8%.


O sedentarismo, um dos “efeitos colaterais” da pandemia, pode aumentar os níveis de triglicérides e reduzir o bom colesterol e pode ser apontado como um dos responsáveis pelo aumento de casos. A ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas tende a aumentar os níveis do colesterol ruim, o LDL. “Por isso é altamente recomendável que nesse momento os exercícios possam ser mantidos, mesmo em casa, com modalidades que se adequem ao menor espaço, de preferência supervisionadas ou orientadas por profissional, utilizando ferramentas digitais disponíveis”, explica a cardiologista Maria Cristina Izar, diretora de Promoção e Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP.


O Estudo Epidemiológico de Informações da Comunidade – EPICO – da SOCESP constatou que apenas 16% das pessoas apresentavam valores de controle do colesterol dentro das metas determinadas pela Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose. “O colesterol foi o fator de risco cardiovascular menos controlado pela população”, destaca a cardiologista que completa: “0% tinha os três fatores de risco controlados – colesterol, hipertensão e diabetes”. O estudo coletou dados de mais de 9.000 pacientes, no Estado de São Paulo, de ambos os gêneros em unidades básicas de saúde de 32 cidades paulistas.


Colesterol e pandemia

O colesterol alto é um fator de risco cardiovascular que atinge 40% da população adulta e impacta também nos infectados pelo coronavírus.


Um dado interessante é que as estatinas – remédios indicados para pessoas com colesterol elevado, doença cardiovascular, diabéticos ou portadores de problemas renais, entre outras comorbidades – podem ser uma opção para tratamento complementar da Covid-19. “As estatinas possuem ações que protegem a parede vascular e modulam a inflamação, reduzindo o risco de trombose, podendo ser benéficas aos infectados pelo novo coronavírus”, diz a cardiologista Maria Cristina Izar, diretora de Promoção e Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP, lembrando que cada situação deverá ser avaliada individualmente.


Pacientes com Covid-19 apresentam uma inflamação das células que revestem os vasos sanguíneos. “A explicação para os benefícios das estatinas está nos efeitos imunomoduladores, anti-inflamatórios e na capacidade de melhorar a função vascular”, diz Maria Cristina. “Além disso, o uso combinado de estatinas e de medicamentos normalmente prescritos para controle da pressão arterial não promove aumento do risco de mortalidade em pacientes com Covid-19 e hipertensão, como já comprovado cientificamente”.


De acordo com a especialista, um estudo retrospectivo feito na China, com 13.981 indivíduos infectados pelo novo coronavírus, demonstrou que, na fase hospitalar, a terapêutica com estatinas esteve associada ao menor risco de morte por todas as causas.


Dicas para controlar o colesterol

Pare de fumar - o fumo é altamente prejudicial, afeta a elasticidade das artérias além de reduzir os níveis de HDL (“bom colesterol”).


Evite bebidas alcoólica - consumir altas quantidades de álcool pode aumentar a pressão arterial e afetar órgãos, como fígado, cérebro e coração. Além disso, as bebidas alcoólicas são calóricas e podem contribuir para aumentar os níveis de LDL (“mau colesterol”).


Fique de olho no peso - nem sempre apenas quem está acima do peso tem risco de ter colesterol alto. Porém, para pessoas com IMC (índice de massa corporal) acima de 25, cada quilo de peso perdido conta para aumentar o HDL (“bom colesterol”) no sangue.


Tenha uma dieta balanceada - é essencial dar preferência ao consumo de produtos de origem vegetal, in natura ou minimamente processados. Também é indicado comer variado – grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos, carnes, feijão, grão de bico, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango, peixes etc. – e utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades. Além disso, o consumo de alimentos ricos em fibras, como farelo de aveia, legumes, frutas e verduras diminui o nível do colesterol no sangue, além de proporcionar um bom funcionamento do intestino.


Pratique atividade física regularmente – a prática regular de atividade física ajuda na prevenção e no controle das doenças cardiovasculares. Os aeróbicos são considerados a melhor opção. Sempre que possível, deve-se caminhar uma hora (no mínimo meia hora) pelo menos 5 vezes por semana em ritmo agradável e confortável.


Tome cuidado com o estresse - cada vez mais frequente o estresse provoca uma série de alterações, como aumento da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial e, como consequência, o aumento de hábitos que influenciam negativamente os níveis de colesterol no sangue.

bottom of page