Por Paulo Panayotis
A nova cepa Ômicron deve atrasar um tiquinho a mais a retomada do turismo mundial. Mas enquanto isso não ocorre, hoje vamos tomar chá como os ingleses?
Londres, Inglaterra. Conta a lenda que o primeiro chá da tarde inglês foi criado em 1865, pela sétima Duquesa de Bedford, Anna M. Russel. Mais de150 anos depois, o costume continua mais vivo e atual do que nunca! Afinal, nada mais inglês do que se entregar a um chá da tarde. Em Londres, claro! E no Langhan, of course!!!
Curioso que sou, em minha última visita a Londres, fui conhecer o chá da tarde de um dos hotéis mais icônicos da cidade. Por questões provavelmente editorias ou meramente econômicas, o chá da tarde do Langham não consta das badaladas listas “encomendadas” pelos grandes veículos de comunicação! Mais do que um imperdoável engano, uma grande injustiça! Justifico: o Langham, instalado em um dos mais prestigiados locais de Londres completou, em 2016, um século e meio de existência. Curiosamente, apenas um ano mais jovem que o surgimento da cerimônia do chá.
Lady Gaga, Xuxa e Tâmara Urpia já passaram por aqui. As duas primeiras dispensam apresentações. Tâmara, uma baiana legítima, não só passou como continua no Langham. Após trabalhar na Toscana (Itália), por alguns anos, migrou para Londres. Recebe gente de todo o mundo na recepção do chá da tarde do hotel sesquicentenário. Poucos sabem que é brasileira, mas todos notam sua baianidade naturalmente simpática! “Comecem com champagne, viu?” sugere ela com aquele jeito gostoso que só baiano tem! Sugestão aceita, começo o chá com uma taça de Laurant Perrier rosé brut.
Só aí paro para dar uma boa olhada no salão onde estou. A delicadeza, o charme e os detalhes impecavelmente cuidados fazem de um simples chá da tarde uma experiência sensorial e gastronômica inesquecível. Com o champanhe, vem uma pana cota (espécie de pudim) muito suave, perfumada com aroma de flores (elder flower ou flores de sabugueiro, muito comuns na Europa) e uma finíssima gelatina de damasco. Na sequência, mini-sanduichinhos de pepino com creem chesse, de pastrami em pão de cacau, de ovos com trufas pretas e de salmão defumado com ovas de salmão. Dispenso o clássico de pepino com creem cheese. Em compensação peço repeteco do de ovos com trufas e do meu amado, de salmão defumado com ovas de salmão! Antes os sanduíches chegavam todos de uma vez sem precisar pedir ou escolher. Hoje, apesar de ser possível, você pede como se fosse “a la carte”. E pode repetir quantas vezes quiser. “Desta forma, explica o simpático garçom romeno Martin Piecka, eles chegam ainda mais frescos à sua mesa”. Então tá: mais dois, por favor! Detalhe: na maioria dos lugares, os “chás” da tarde são servidos em três horários: 16, 17 e 18 horas.
Peço ao maitre, o belga Wauter Van Giel, que me guie e vá sugerindo os pratos. Devoro um pequeno brioche envolto em lascas de trufas! Fico fascinado com o tartare de salmão (cru) com molho de gin! Não acredito na delicadeza das obras de arte confeccionadas em açúcar que aterrissam na sequência. Parecem joias. Sabe aquele tipo de coisa que dá até pena de comer de tão bonito? Ufa achei que o termo ‘chá da tarde” era mais um eufemismo do que uma realidade! Terminopensando porque não curti esse ritual antes...Oh my God!!! Ai meu Deus!!!
O jornalista viajou a convite do Visit Britain.
Fotos: Paulo Panayotis & Adriana Reis.
Paulo Panayotis é jornalista especialista em turismo, mergulhador e fundador do Portal OQVPM - O Que Vi Pelo Mundo. Mora na Europa, tem passaporte carimbado em mais de 50 países e viaja com patrocínio e apoio Avis, Travel Ace e Alitalia. O jornalista se hospedou a convite do grupo Maisons & Hotels Sibuet representado no Brasil pela AD Comunicação
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