Campeonato Brasileiro 2025: Uma nova era de transmissões e desafios para os torcedores

Por Roberto Maia

O Campeonato Brasileiro de Futebol de 2025 marca um momento histórico para o futebol nacional e para os milhões de torcedores apaixonados pelo esporte. Pela primeira vez em mais de três décadas, a exclusividade de transmissão dos jogos não pertence mais a um único grupo, o que representa uma transformação profunda na forma como o futebol é consumido no Brasil. Essa mudança impacta diretamente a experiência dos torcedores e redefine o mercado esportivo no país.

Nova dinâmica das transmissões aumenta a competição entre as plataformas, beneficia os clubes financeiramente, mas desafia a fidelidade dos torcedores. (Foto: Pixabay)

Tudo começou com a formação de dois blocos comerciais: a Liga Forte União (LFU) e a Libra (Liga do Futebol Brasileiro). A LFU, responsável por 60% dos jogos, optou por um modelo de rodízio de transmissões entre Record, CazéTV, Prime Video e Globo, enquanto a Libra firmou um acordo exclusivo com o Grupo Globo, que vai render impressionantes R$ 5,5 bilhões às equipes participantes. Essa nova configuração transforma a dinâmica das transmissões, criando um ambiente competitivo que beneficia os clubes financeiramente, mas desafia a fidelidade dos torcedores.

A pluralidade de opções traz benefícios e desafios. Por um lado, temos mais flexibilidade e acesso a diferentes pacotes, desde opções gratuitas até planos pagos. A Record e a CazéTV oferecem transmissões gratuitas, enquanto Prime Video e Premiere disponibilizam serviços pagos e premium. Esse cenário democratiza o acesso, mas também fragmenta a audiência e pode confundir o torcedor, que precisará de mais planejamento para acompanhar todas as partidas. O custo acumulado para assistir a todos os jogos pode desagradar os fãs mais tradicionais, que estavam acostumados a um único canal. Além disso, é provável que alguns torcedores sintam dificuldade em gerenciar tantos serviços de streaming diferentes.

A estratégia de rodízio da LFU, que alterna a prioridade de transmissões entre as plataformas a cada rodada, é uma tentativa de evitar privilégios e proporcionar uma exposição mais equilibrada dos clubes. No entanto, essa diversidade de plataformas pode afastar quem prefere a praticidade de uma transmissão centralizada. Será um desafio para o torcedor adaptar-se a esse novo cenário, especialmente aqueles que possuem menor familiaridade com o streaming. Mesmo com essas mudanças, o potencial de expansão de público é evidente, principalmente entre os jovens acostumados a consumir conteúdo digital.

LFU e Libra serão responsáveis pela distribuição de receitas de TV entre os clubes, incluindo a premiação por desempenho. (Foto: Lívia Villas Boas/CBF/divulgação)

Outro ponto que chama a atenção é a modernização dentro de campo. A adoção do sistema “multiball” e a regra dos oito segundos prometem dinamizar o jogo, reduzindo paralisações e aumentando o ritmo das partidas. A nova gestão da arbitragem, liderada por Rodrigo Cintra, busca maior transparência e eficiência nas decisões. A CBF acredita que essas inovações trarão mais emoção aos jogos e aumentarão a imprevisibilidade dos resultados, algo que agrada os torcedores mais apaixonados pelo esporte. A expectativa é de que a arbitragem mais moderna e dinâmica contribua para jogos mais ágeis e atrativos.

O Brasileirão de 2025, com 20 clubes disputando 38 rodadas em turno e returno, promete fortes emoções. A pausa de um mês para o Mundial de Clubes da FIFA, entre 13 de junho e 15 de julho, nos Estados Unidos, deve criar um intervalo estratégico que impactará o ritmo da competição. Será interessante observar como os clubes adaptarão seus elencos a essa pausa e como isso afetará o desempenho no restante da temporada. A longa duração do campeonato e as pausas exigirão elencos bem-preparados e planejamento estratégico dos clubes.

Acredito que o Campeonato Brasileiro de 2025 representa um marco de evolução, mas ainda exige adaptação de todos os envolvidos. As novas regras e a fragmentação das transmissões testam a paciência e o engajamento dos torcedores, que precisarão decidir como acompanhar seu time. Essa revolução no consumo de futebol traz oportunidades, mas também desafios que moldarão o futuro do esporte mais popular do país. O futebol brasileiro nunca mais será o mesmo, e essa mudança já começou trazendo promessas de um espetáculo mais vibrante, acessível e dinâmico.

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Escritor e editor do portal travelpedia.com.br