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Bruxelas, a pequena grande notável

Por Paulo Panayotis


Amanheci com vontade de voltar para Bruxelas, a pequena e chique capital Belga e capital da União Europeia. Prometo que, quando tudo passar - e está passando – voltarei para esta cidade divertida e séria ao mesmo tempo.

Bruxelas - Gare du Nord, Paris. O percurso de quase trezentos quilômetros, cruzando vales e campos agrícolas entre a França e a Bélgica, leva pouco mais de uma hora.

Gare du Nord, Paris a Bruxelas, Bélgica

Enquanto o trem acelera em direção à Bruxelas, penso comigo mesmo: como será a capital belga? Explico. De cara encontro uma cidade organizada, mas sem stress. Transada, mas sem ostentação. Executiva, porém com cara de cidade pequena.... Não acredita? Números: a sede da OTAN fica lá. A sede da União Europeia também. Por suas largas avenidas trafegam mais de quatro mil diplomatas e cerca de dois mil jornalistas correspondentes internacionais. Um milhão e duzentas mil pessoas moram na capital, algo em torno de dez por cento da população do país. Por aqui, mais de 20 hotéis cinco estrelas, centenas de hotéis de todos os tipos e preços oferecem uma relação custo-benefício imbatível. Mais do que números frios, senti um ambiente familiar, hospitaleiro, amigável por todos os lados onde passei. A começar pela simpatia, profissionalismo e bom humor da equipe do Visit Brussels, organismo oficial do turismo da cidade (www.visit.brussels/en). Bem, pensei vão me levar para a Grande Place, símbolo imortal e longevo da cidade. Sim dei uma passadinha por lá... Mas, legal mesmo, foi todo o roteiro que fiz. A cidade ferve com galerias de arte transadas, inusitadas como, por exemplo, a Patinoire Royale. O prédio histórico com mais de 133 anos, foi transformado de um antigo ringue de patinação no gelo em uma das mais badaladas galerias de arte.

Galeria Le Patinoire Royal

Outra que me chama muito a atenção é a Galeria Templon com suas exposições multicoloridas e autênticas. Espalhadas por vários bairros, casas estilo Art Nouveau são o orgulho dos proativos e sempre sorridentes bruxelenses. “Trabalhamos como alemães, temos a tolerância dos holandeses e celebramos a vida como os latinos”, afirma o querido Pierre Massart, responsável por receber os jornalistas estrangeiros. Constato isso pela cidade. Mais tolerantes que outros povos europeus, coexistem e convivem pacificamente em suas ruas hindus, muçulmanos, católicos, judeus, protestantes de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. Sim, há muitos brasileiros. Cerca de 50 mil. Creiam ou não, 85 por cento deles vindos de Goiás! Pode? Pode! Divertidos, bem humorados e rápidos sem serem estressados, os bruxelenses dão um show de hospitalidade.

Eu e Anousjka Schmidt na Grand Place

Anousjka Schmidt, diretora de mercados internacionais do Visit Brussels, é prova disso. Executiva que já veio ao Brasil várias vezes, tem uma grande responsabilidade e uma qualidade de vida invejável. Mora perto do centro, trabalha muito, mas também aproveita muito... “Gostamos bastante dos brasileiros, do seu jeito, da forma como se comportam, como vivem a vida. E queremos que eles venham descobrir Bruxelas”, afirma sorvendo sua gin tônica. Estamos no Victor Bozar Café, um cool e clean restaurante dentro do Centro Cultural Bozar. Aliás, gastronomia é algo sério e ao mesmo tempo divertido por aqui. Do mestre chocolatier Laurent Gerbaud, com quem fiz meu primeiro chocolate artesanal na vida, ao fantástico Colonel, especializado em carnes na brasa, passando pelo descolado basco, Les Fils de Jules, ou o moderninho San, a cidade é uma festa para os sentidos organolépticos! E as louras geladas? Dezenas, centenas. Louras, morenas, ruivas, brancas, negras!

Cervejas especiais Moeder Lambic, imbatíveis!

De todos os tipos. Trapistas, lambics, de barril, na garrafa, na vida das pessoas. “A cerveja é tão importante para nós, que estamos restaurando o antigo prédio da Bolsa de Valores”, explica Nel Vandevannet, coordenadora do projeto Belgian Beer Experience. Sim, é isso mesmo... Eles vão transformar um lugar histórico de 11 mil metros quadrados, com mais de duzentos anos, em um Templo da Cerveja. “Afinal, somos a capital mundial da cerveja e nos orgulhamos muito disso”, completa a altiva e cervejeira executiva. E o que dizer do Tram Experience? Acredite ou não, trata-se de um trem elétrico que desliza por Bruxelas enquanto você degusta um menu de alta gastronomia. Fui. Conheci. Adorei! Me apaixonei! Ah, sim, no final, escoltado pela simpática Anousjka, voltei à Grande Place... Matei as saudades de um ícone, uma espécie de resgate emocional. Mas descobri, em apenas três dias, que Bruxelas é bem mais do que isso. Foi muito pouco tempo... Hei, Anousjka, Pierre, conto os dias para voltar, ok? See you soon Brussels...Vejo vocês em breve em Bruxelas...

Paulo Panayotis adorou visita Bruxelas

O jornalista, especializado em curadoria e roteiros pela Europa, viajou a convite do Visit Brussels. www.oquevipelomundo.com.br


Fotos: Paulo Panayotis & Adriana Reis.


Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de TV, escritor, mora pelo mundo e especialista em curadoria para a Grécia e a França.

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