Por Roberto Maia
Augusto Melo assumiu a presidência do Corinthians em janeiro de 2024, com promessas ambiciosas de profissionalizar a gestão e devolver o clube à sua rota de glórias. No entanto, os primeiros seis meses de sua administração foram marcados por desafios significativos, tanto no campo esportivo quanto fora dele, levantando dúvidas sobre o futuro de sua gestão.
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No campo esportivo, o Corinthians enfrenta dificuldades no Brasileirão, ocupando uma posição decepcionante na tabela. Apesar disso, o time conseguiu avançar para as oitavas de final da Copa Sul-Americana e ainda está na disputa da Copa do Brasil, o que proporciona algum alívio em meio à turbulência.
Fora de campo, a situação é ainda mais alarmante. O clube enfrenta uma crise financeira severa, com dívidas na casa dos R$ 2 bilhões. A situação se deteriorou ainda mais com a rescisão do contrato de patrocínio máster com a VaideBet, que renderia ao clube R$ 360 milhões em três anos. A casa de apostas alegou prejuízo à sua imagem e acionou uma cláusula anticorrupção para rescindir o contrato, o que gerou uma investigação policial. A diretoria corinthiana se considera vítima nesta situação e planeja acionar a ex-patrocinadora judicialmente para buscar uma indenização milionária.
O escândalo envolvendo o Corinthians e a VaideBet gerou a saída de vários diretores da gestão de Augusto Melo. Para tentar frear a crise, o presidente corinthiano anunciou uma reformulação dos departamentos jurídico, financeiro e de marketing do clube. Leonardo Pantaleão foi nomeado o novo diretor de negócios jurídicos, substituindo Yun Ki Lee. Especula-se que Vinicius Manfredi de Azevedo será o novo superintendente de marketing, embora sua nomeação ainda não tenha sido oficializada. A incerteza permanece quanto aos substitutos de Fernando Alba e Rozallah Santoro, antigos diretor-adjunto de futebol e diretor financeiro, respectivamente.
A perda do patrocínio da VaideBet foi um golpe duro para o clube, que agora precisa encontrar novas fontes de receita para se manter competitivo. A iminente saída do goleiro Carlos Miguel para a Premier League é outro fator de preocupação, aumentando a pressão sobre a gestão de Melo.
A avaliação da administração de Augusto Melo é polarizada entre torcedores e especialistas. Alguns reconhecem seus esforços para tirar o Corinthians da crise, apontando as mudanças na estrutura administrativa como passos na direção certa. Outros, no entanto, criticam a falta de resultados imediatos e a maneira como ele vem lidando com a crise financeira.
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Internamente, Melo enfrenta uma forte oposição, com grupos dentro do clube trabalhando para instaurar um processo de impeachment. A pressão da torcida nas redes sociais aumentou consideravelmente após a perda do patrocínio e a possível saída de jogadores chave.
As próximas semanas serão cruciais para a administração de Augusto Melo. A implementação das mudanças anunciadas e a capacidade do time de melhorar seu desempenho em campo serão determinantes para recuperar a confiança da torcida e estabilizar a situação financeira do clube.
A gestão de Augusto Melo no Corinthians começou de forma tumultuada, enfrentando desafios imensos tanto dentro quanto fora de campo. Seu futuro à frente do clube dependerá de sua habilidade em navegar por essa tempestade e implementar mudanças eficazes que possam devolver ao Corinthians a estabilidade e a competitividade almejada.
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Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros.
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