Por Roberto Maia
A Copa do Mundo FIFA Catar 2022 chegou ao fim. E a taça retorna à América do Sul após 20 anos. E está em boas mãos. A Argentina fez por merecer e quebrou um jejum de 36 anos sem vencer uma Copa do Mundo.
E o jogo final contra a França foi épico. Há muito tempo não se via uma partida tão disputada. Os franceses venderam caro a derrota. Um jogão na essência da palavra. Salvou a Copa, que no meu entender teve um nível técnico bem baixo. Destaque apenas para os goleiros que mostraram uma evolução acima da média.
Agora a Argentina é a única tricampeã mundial. Acima apenas o Brasil, que tem cinco Copas, e por Alemanha e Itália, ambas com quatro conquistas cada.
Mas o maior vencedor dessa Copa foi Lionel Messi. O craque que disputou o torneio pela quinta vez – provavelmente a última – foi o grande protagonista. Não somente liderando a seleção argentina, mas entre todos os jogadores que disputaram a Copa ele foi o maior.
Apesar de ser um jogador consagrado e multicampeão pelo Barcelona e Paris Saint German, Messi nunca tinha se destacado vestindo a camisa da seleção do seu país. Craque genial, acumula premiações pessoais: Melhor do Mundo da Fifa (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019), Bola de Ouro/France Football (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019, 2021), Melhor jogador da Copa do Mundo (2014 e 2022). Mas ainda estava devendo aos milhões de torcedores argentinos..
Por muito tempo seus próprios compatriotas colocaram em dúvida a sua capacidade de liderar a seleção argentina. Tal como Maradona fez na Copa do Mundo de 1986 quando com seus dribles e jogadas incríveis levou a Argentina ao título.
Mas, aos 35 anos, Messi finalmente escreveu seu nome no coração de todos os argentinos e dos fãs do futebol. Resiliente, ele nunca desistiu. Nem mesmo a derrota para a Arábia Saudita na estreia da Argentina na Copa do Catar abalou o seu objetivo. O craque sabia que poderia levar o seu país à consagração. E levou. Com a maestria que o mundo conhece faz tempo.
Lionel Messi Messi marcou sete gols no Mundial do Catar 2022. Foi o segundo maior artilheiro da competição, atrás do francês Kylian Mbappé que marcou oito vezes. No total ele acumula 13 gols em Copas do Mundo e passou Pelé.
Incansável na grande final, o capitão da Argentina marcou duas vezes no tempo normal e ainda converteu na disputa de pênaltis. Foi um jogo duro e muito disputado. Nos segundos finais da prorrogação a França poderia ter vencido não fosse a milagrosa defesa do goleiro argentino. Um enredo dramático que só valoriza a conquista dos “hermanos”. E a cena final mostra Messi erguendo a mais cobiçada das taças. A consagração maior do atleta e da sua seleção.
Messi também recebeu a Bola de Ouro de melhor jogador do Mundial do Catar 2022. Oito anos antes, em 2014, na Copa disputada no Brasil, ele também recebeu o troféu, mas com um gosto amargo após a derrota para a Alemanha na final, no Maracanã.
Agora, em Doha, no estádio Lusail lotado e junto a mais de 50 mil torcedores argentinos que mostraram ao mundo como se torce, Messi finalmente pode saborear a vitória. O beijo carinhoso da taça da Copa do Mundo explica a relação do craque com a vitória.
Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.
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