Apesar da pandemia, Futebol no Brasil poderá ter a volta da torcida
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Apesar da pandemia, Futebol no Brasil poderá ter a volta da torcida

Por Roberto Maia


O futebol voltou no Brasil em plena pandemia do novo coronavírus. O retorno aconteceu sob rígidos protocolos de higiene e saúde com jogadores, comissões técnicas, equipes de arbitragens e outros profissionais envolvidos nos jogos. Porém, com os estádios e arenas sem público. Bandeiras, faixas, fotos de torcedores e som ambiente tentaram dar alguma graça ao espetáculo, mas faltava o personagem principal, a torcida.

Prefeitura do Rio de Janeiro quer jogos no Maracanã com torcida já no próximo dia 4 de outubro (Foto: Pixabay)

A primeira sinalização para a volta do público aos jogos veio da Prefeitura do Rio de Janeiro. O prefeito Marcelo Crivella anunciou a volta dos torcedores aos jogos no Maracanã a partir do dia 4 de outubro, data da partida entre Flamengo e Athletico Paranaense.


Em campanha eleitoral e visando sua reeleição, Crivella afirmou que o jogo terá a presença de apenas 20 mil torcedores, ou seja, um terço da capacidade total da arena. Ainda de acordo com o prefeito carioca, a abertura do Maracanã servirá como teste para a volta dos torcedores também aos outros estádios, como o Engenhão e São Januário. E para evitar filas e aglomerações, a comercialização dos ingressos para os jogos serão realizadas pela internet.


Pouco tempo depois do anúncio da Prefeitura do Rio de Janeiro, o presidente do Corinthians Andrés Sanchez se pronunciou através da sua conta no Twitter. O mandatário do Timão ameaçou não colocar o time em campo se todos os times da Séria A não tiverem a mesma oportunidade, independente do Estado ou cidade. A forte afirmação colocou sob risco a continuidade do Brasileirão. Prenúncio de crise das grandes à frente.


Essa semana foi a vez da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestar. Em nota oficial a entidade disse que reunirá clubes da Série A para discutir o retorno do público aos jogos. A medida prevê a utilização de até 30% da capacidade dos estádios, a partir de outubro, ainda sem data definida. Informa também que recebeu parecer favorável do Ministério da Saúde sobre o plano de estudos para a volta dos torcedores, entretanto condiciona a permissão à avaliação das autoridades sanitárias de Estados e Municípios.

Dr. Jorge Pagura comanda um time de especialistas que trabalham para garantir a máxima segurança sanitária nos jogos (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

Paralelamente a toda essa discussão, a CBF divulgou relatório de testagem do coronavírus no Brasileirão. Foram realizados 9.690 exames nas séries A, B e C, sendo que apenas 182 apontaram resultado positivo. O estudo foi pelo elaborado pelo Grupo Científico CBF, liderado pelo presidente da Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF), Jorge Pagura.


“Desde o primeiro momento, a CBF vem tratando o cenário com extremo cuidado, sempre equilibrando as necessidades do mundo do futebol com a realidade que estamos enfrentando nessa pandemia. Esses dados mostram uma evolução na eficiência do protocolo, que segue com o objetivo de dar segurança sanitária a todos os envolvidos na realização das partidas”, afirmou Pagura.

Como evitar o contato entre torcedores em momentos de emoção em um gol decisivo (Foto: Reprodução Premier)

Quanto ao trabalho desenvolvido pela CBF através da equipe comandada pelo doutor Pagura não há dúvida de que está sendo bem feito. O que tenho dúvida será quanto ao comportamento dos torcedores nos estádios caso a presença seja liberada, embora em quantidade reduzida. Outra questão importante é saber como será a comercialização dos ingressos. Claro que será através da internet, mas quem serão os privilegiados torcedores que terão o direito de torcer para os seus times? E uma vez dentro do estádio quem controlará o comportamento dos torcedores para que cumpram os protocolos que evitariam o contágio e disseminação da Covid-19?



Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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