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Após aglomerações registradas em praias e bares, a previsão é que os casos de COVID-19 aumentem

Em centenas de imagens do último feriado do dia 7 de setembro, foi possível verificar que em muitas praias houve imensa aglomeração. Muitos bares também não respeitaram o distanciamento exigido em tempos de pandemia. Pessoas aglomeradas e sem máscara foram flagradas em diversos locais do país. O resultado de tudo isso será um aumento dos casos de Covid-19, de acordo com o médico Dr. Mauro Borghi, diretor regional da Rede D’or de São Paulo.


Dr. Mauro Borghi, diretor regional Rede D'or

“Claro que as pessoas estão cansadas do isolamento e de não poder sair de casa, mas em decorrência das aglomerações registradas, esperamos um aumento dos casos de Covid-19 dentro dos próximos 10 a 15 dias”, alerta o médico.

Segundo ele, mesmo com a diminuição dos casos registrados no país, a pandemia não foi embora. “Não podemos relaxar de maneira nenhuma. A abertura deve ser feita com muito critério e responsabilidade. Não pode ser o ‘libera geral’ e sem uso de máscara. Isso pode ocasionar uma retomada do aumento de caso nos próximos dias, o que é muito preocupante.”

Dr. Mauro Borghi ainda salienta que respeitar o distanciamento social vai muito além da saúde pública: é uma questão de educação e cuidado com o outro. “É usar máscara, lavando as mãos com água e sabão ou utilizando álcool em gel e mantendo o distanciamento social que a pessoa vai demonstrar cuidado e atenção com o próximo. É preciso enfatizar que o vírus está aí, e se para umas pessoas possa ser assintomático, para outras causa imenso sofrimento e pode ser mortal.”

O médico aponta que só poderemos sair do considerado ‘novo normal’ quando a vacina chegar e a população for amplamente imunizada. Até lá, todos os protocolos e cuidados devem ser rigorosamente respeitados. “Se eu pudesse dar um conselho seria para manter o distanciamento social o máximo possível. Vamos ter de conviver com este vírus por mais tempo. Temos de ter persistência. Estávamos até que indo bem no controle. Isso me fez lembrar o jogo do Brasil e Alemanha (Copa 2014), quando todos achavam certa a vitória do Brasil e aconteceu o 7x1. Não podemos deixar que isso aconteça com a pandemia. Que fique claro que o jogo ainda não está ganho.”

Para o diretor regional da Rede D’or, também causa certa preocupação com a volta às aulas. “Não sabemos como as crianças vão reagir e se serão um transmissor para suas famílias. Este vírus é uma incógnita em muitos aspectos. Por isso, todo cuidado é recomendável”.

Por outro lado, Dr. Mauro Borghi aconselha que pacientes com quadros de câncer na família devem, mesmo com a pandemia, realizar os exames de rotina. “ Agora estamos registrando casos em que o câncer evoluiu para metástase. Se um exame tivesse sido feito com antecedência, muitos não chegariam a essa gravidade se tivessem tido o diagnóstico precoce”.

Um levantamento do Instituto de Anatomia Patológica da Rede D’ Or São Luiz aponta que os diagnósticos de doenças agudas caíram mais de 40% nos meses mais críticos da pandemia do novo coronavírus. Já nos casos de câncer, o tipo pele não-melanoma registrou a maior queda, mais de 80% nesses meses, quando comparado ao mesmo período de 2019. Tireoide, próstata, rim e endométrio tiveram impacto entre 60% e 70% nos diagnósticos. Os números da pesquisa levam em conta os diagnósticos realizados pelas unidades do Instituto de Anatomia Patológica da Rede D’Or São Luiz, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Por isso, a maior recomendação feita pelo Dr. Mauro Borghi é que em caso de qualquer anormalidade, procure imediatamente um médico. Fora disso, manter o bom senso é a sua receita para esta fase.

*Dr. Mauro Borghi é diretor regional da Rede D’or de São Paulo e dos hospitais Morumbi, Hospital Jabaquara, Hospital Jabaquara Criança, Sino Brasileiro e Alpha Med. A Rede D’or é a maior rede de hospitais do país, com 52 unidades.

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