Por Coronel Camilo
Um fato que merece ser reforçado: a Polícia Militar de São Paulo garante a segurança das pessoas e o direito da livre manifestação. Foi isso que ela fez no domingo, na Avenida Paulista, quando grupos diferentes faziam manifestações nos dois lados da avenida. Só que, quando ocorre a quebra da ordem pública, a PM é implacável. Isso porque algumas pessoas partiram para um radicalismo muito forte, ao confronto com a polícia. Não é o que geralmente se vê.
É fundamental esclarecer que os grupos antagônicos não poderiam se encontrar para evitar um grande confronto. Em um determinado momento, um dos lados avançou, inesperadamente, para o outro sentido da rua a fim de tentar atingir outros cidadãos que estavam ali. A PM reforçou sua barreira para evitar a passagem - dos dois lados - e foi atingida por pedras e estilhaços de vidro. Um policial foi ferido.
Foi usada uma técnica com a formação de policiais com escudo, até usar outras ações de controle de multidão, que inclui armamentos não letais, que são as bombas, até para poder dispersar e impedir que os grupos se confrontassem, pois ambos tinham pessoas radicais. Foi registrado que tinham pessoas com o firme propósito de causar baderna e não se manifestar pacificamente.
Houve, na ocasião, cinco prisões. Inclusive um roubo de celular de uma vítima que estava nos arredores. É importante ficar claro que a presença da PM não tinha como foco prender ninguém ou impedir a democracia e sim controlar a situação para evitar uma tragédia.
Durante todo o decorrer do evento a PM atuou corretamente dos dois lados, pois a polícia não tem lado ou ideologia, ela age com quem quebra a ordem seja de que lado for e foi isso que vimos. Algumas pessoas chegaram a citar que bandeiras eram neonazistas, mas isso será apurado pelo Inquérito da Polícia Civil e vamos conhecer os detalhes, até porque há imagens de tudo que foi feito naquele dia. A ação ainda foi gravada por drones da Corporação.
A partir do momento que foi registrada a normalidade, a PM não atuou mais. É leviano dizer que a nossa polícia tomou partido durante o ato na Paulista. É importante ficar claro que todas as imagens serão avaliadas.
Precisamos aguardar uma apuração rigorosa da polícia de São Paulo. Iremos utilizar as imagens de câmeras e quem for identificado como idealizador da confusão, será responsabilizado. Também será apurado quem, de fato, portava bandeiras neonazistas conforme mostraram as imagens veiculados na imprensa nos últimos dias. O cidadão pode contar com a Polícia Militar. O que não será viável é manifestação de duas partes no mesmo endereço, ao mesmo tempo.
Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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