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A importância das vacinas para a imunização

Vacinação é o tema principal dos noticiários. Mesmo assim, cada vez menos crianças estão sendo imunizadas e o Brasil enfrenta sérias quedas na cobertura vacinal


Por Paulo Lázaro

Imagem: Freepik

No dia 9 de junho o Brasil celebra o Dia da Imunização. Com o uso de vacinas, graças aos esforços de cientistas ao longo de décadas de estudos, várias doenças foram erradicadas e muitas mortes evitadas. Prevenir é a melhor maneira de tratar doenças e uma medida simples e eficaz é a vacinação. Com a pandemia do coronavírus parte da população, por receio de sair de casa e ou de outro tipo de desinformação, deixou de tomar algumas das principais vacinas e, principalmente, de dar para seus filhos. Desde 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, vacina gratuitamente a população com todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


Porém, atualmente, o Brasil apresenta a meta de vacinas infantis com cobertura abaixo do esperado, deixando a população desprotegida de doenças como meningite, tuberculose, hepatite A, pneumonia, difteria, tétano, coqueluche (pentavalente), Sarampo, Caxumba e Rubéola (tríplice viral), rotavírus e poliomielite. O sarampo, por exemplo, que estava erradicado, voltou a assombrar o Brasil. O vírus do gênero Morbillivirus provoca inflamação nos vasos sanguíneos, o que é traduzido pelo corpo em manchas vermelhas na pele, febre alta e tosse.


Bebês de até um ano e adultos costumam ser acometidos pelas formas mais graves da doença, com complicações pulmonares que podem levar à morte. Embora o Brasil tenha recebido um certificado de eliminação da circulação do vírus, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde, em 2016, novos surtos apareceram apenas dois anos depois, o que fez com que o país perdesse a certificação. Além disso, em 2019 foram confirmados mais de 13 mil casos de sarampo e 15 mortes – seis delas em crianças menores de 1 ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Desde então, as autoridades sanitárias vêm tentando intensificar a campanha de vacinação tríplice viral: (contra sarampo, caxumba e rubéola), oferecida gratuitamente pelo SUS.


Outro dado preocupante é a redução da cobertura vacinal médica de 90% em 2014, para 52% em meninas e 22% em meninos em 2019 da vacina de HPV. O vírus do papiloma humano, mais conhecido como HPV, é responsável por diversos tipos de cânceres, mas o tumor mais associado a ele é o de colo de útero, que acomete 16 mil brasileiras por ano. A vacinação anti-HPV adequada eliminaria essa doença — e reduziria o impacto desses outros cânceres.


Além das causas estruturais que fazem com que menos crianças (e adultos) consigam se vacinar, há quem recuse os imunizantes deliberadamente. O movimento antivacina representa hoje uma ameaça à saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diferentemente do que é defendido por esses grupos, a imunização em massa é uma ação importante não só para controlar doenças, mas também para proteger quem não pode tomar certas vacinas, como os portadores de doenças autoimunes.


Nesses casos, a chamada “imunidade de rebanho” – ou seja, a proteção de praticamente toda a população – é o que garante que as enfermidades não atinjam justamente aqueles que ficam de fora da vacinação. Por isso, é fundamental manter a caderneta das crianças em dia. Já com relação à vacinação contra Covid a Saúde alerta que 1,5 milhão de pessoas deixaram de tomar 2ª dose de vacina. Importante que todos tenham consciência que somente com a vacina a pandemia será controlada.


Paulo Lázaro é médico, graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com doutorado na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Radioterapia e Neuro-oncologia. Idealizador do site Radioterapia Legal https://radioterapialegal.com.br


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