Por Roberto Maia

Tenho observado nos últimos dias diversas discussões de amigos corinthianos sobre o goleiro Carlos Miguel, reserva do consagrado Cássio. Boa parte acha que ele deveria ser promovido a titular, ou caso contrário, pode resolver sair. Então, fico pensando no quanto deve ser difícil construir uma carreira à sombra do “Gigante” ídolo do Corinthians.
Carlos Miguel vem pedindo passagem e nos jogos que disputou mostrou que pode suceder o capitão corinthiano. Entretanto, Cássio aos 36 anos mostra que está em forma e pretende jogar mais alguns anos. E quem sabe quebrar o recorde do ex-lateral esquerdo Wladimir, que disputou 806 jogos com a camisa do Timão. Cássio já acumula 675 jogos e precisa no mínimo mais duas temporadas sendo titular para atingir e ultrapassar a marca.
Por outro lado, Carlos Miguel tem 25 anos e sabe que está na hora de jogar mais. Ele tem contrato até dezembro de 2024, tal como Cássio.
Com o final da temporada, as especulações e o vai e vem de jogadores teve início. Li que Carlos Miguel recebeu diversas propostas. O que andará passando pela cabeça do jovem goleiro corinthiano? Ele terá que tomar uma decisão que poderá ser decisiva para a sequência da sua carreira.
Nascido em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, Carlos Miguel trilha uma trajetória notável no Corinthians, mesmo sendo reserva de Cássio. A difícil missão de construir uma carreira como segundo goleiro de um ídolo do clube parece não o ter desanimado.
Contratado em agosto de 2021, Carlos Miguel, inicialmente a terceira opção atrás de Cássio e Matheus Donelli, teve sua estreia no time principal em julho de 2022, jogando os 90 minutos na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético Mineiro. Desde então, vem conquistando espaço e a confiança da torcida, mantendo uma invencibilidade nas 11 vezes em que defendeu a meta corintiana, com nove vitórias e dois empates.

Em uma entrevista após a vitória sobre o Coritiba na última rodada do Brasileirão deste ano, Carlos Miguel expressou sua satisfação por contribuir positivamente para a equipe como segundo goleiro. Segundo ele, seus planos para 2024 incluem a busca pelo título da Copa Sul-Americana e a esperança de ser convocado para a Seleção Brasileira, um objetivo pessoal que ele sabe depender de sua participação ativa no clube.
Carlos Miguel começou a carreira nas categorias de base do Flamengo. Depois, passou pelo Internacional, Santa Cruz e Boa Esporte antes de chegar ao Timão.
Nascido em uma família com tradição no futebol, o pai de Carlos Miguel, José Cláudio, foi jogador e goleiro do Botafogo na década de 1970. A influência familiar e a superação de adversidades, como a perda do pai que foi assassinado quando ele tinha apenas sete anos, contribuem para a força de caráter do goleiro de 2,04 metros de altura.
À medida que o Corinthians se prepara para a temporada seguinte, a incerteza sobre o futuro de Cássio abre caminho para a possível ascensão de Carlos Miguel à titularidade. Seu comprometimento e desempenho em campo conquistaram a admiração da Fiel, que agora aguarda ansiosamente para ver o que o jovem goleiro pode alcançar no próximo capítulo de sua promissora carreira no Timão.

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.
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