Por Fernando Jorge
Os vitoriosos 45 anos dos JBA, hoje comandados pelo dinâmico Marco Cezar, digno e eficiente continuador da obra de Ronaldo Côrtes, agora me trazem à memória várias confidências feitas a mim pelo seu pai.
Muitas vezes ouvi o Ronaldo dizer isto, durante as nossas longas conversas:
– Fernando, os nossos jornais, todos eles, sem exceção, devem ser, acima de tudo, amigos sinceros dos seus leitores, nos quais eles podem confiar. Assim como os bons amigos nos ouvem e sugerem, aconselham, os jornais do nosso grupo também procedem dessa maneira.
Eu sempre elogiava os textos das matérias dos JBA, sobretudo a clareza e a elegância, as informações corretas desses textos. Ronaldo comentava:
– Os textos dos bons jornalistas devem estabelecer imediata comunicação com os seus leitores. Todos os assuntos devem ser abordados da maneira mais clara possível. E sem nunca iludir, fantasiar.
Ronaldo Côrtes gostava de ler para mim, em voz alta, as suas crônicas agradáveis, repletas de conselhos sensatos. Ronaldo era um sagaz psicólogo, um admirável conhecedor da alma humana. Descobria logo se um fulano se mostrava sincero ou hipócrita. Várias vezes eu disse a ele, brincando:
– Você, se quisesse, seria um excelente investigador de polícia, capaz de identificar qualquer criminoso espertíssimo...
A alma do meu querido amigo Ronaldo Côrtes está sorrindo, bem feliz, ao ver o impulso, o brilho, o dinamismo, que Marco Cezar deu aos Jornais de Bairro Associados.
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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