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É alarmante: as ‘baladas’ continuam às escondidas

Foto do escritor: Coronel CamiloCoronel Camilo

Por Coronel Camilo


Estamos diante de uma verdadeira insensatez! Esse é o termo mais apropriado para descrever o que está ocorrendo em São Paulo, onde algumas pessoas, mesmo cientes do momento crítico e triste da pandemia, insistem em se aglomerar em ‘baladas’. As festas proibidas levam até um nome: ‘baladas da Covid-19’, como a imprensa mostrou recentemente. E pior: há compartilhamento de narguilés, bebidas alcoólicas, não há distanciamento social e ninguém usa máscaras, o que coloca em risco a vida de todos, inclusive a do familiar dos frequentadores.

Vivemos agora na Fase Emergencial do Plano São Paulo, vigente até o próximo dia 11 de abril, com restrições mais rígidas que a fase vermelha: tudo para conter a epidemia enquanto a vacinação não chega para todos. São Paulo atingiu a lamentável marca de 2.532.047 casos confirmados de COVID-19, com 77.165 vítimas fatais da doença (Governo de São Paulo, 05/04), com uma diária de mortes, no Brasil, de 2.698 mortes (UOL, 05/04).

O cenário fica ainda mais crítico quando olhamos para a Saúde: chegamos a 29,9 mil pessoas internadas, sendo 12 mil em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e as taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 91% no Estado (Governo SP, 04/04). A situação só não colapsou totalmente pela criação de muitos leitos de UTI e internação pelo Governo Estadual e por prefeitos.

É uma falta de respeito imensa! Isso porque os meios de comunicação estão transmitindo todos os dias a grave situação e mesmo assim as festas clandestinas continuam pela noite e madrugada. Para colocar fim a esse problema recorrente, foi criado o Comitê de Blitze, uma força-tarefa com as polícias Militar e Civil, Guarda Civil Metropolitana, Vigilâncias do Estado e Município, Procon e Saúde.

Para se ter uma ideia, no mês passado, a força-tarefa encerrou 943 festas clandestinas, autuou 1,8 mil estabelecimentos e realizou mais de 837.514 abordagens de pessoas e o número de dispersões de aglomerações (consideradas com 5 pessoas ou mais em locais desnecessários: bares, praças etc.) chegou a 87 mil. Em abril, só até o dia 4, já foram feitas 12,5 mil fiscalizações.

Diante da intensificação do policiamento durante a fase emergencial, os agentes de segurança apreenderam 12,4 toneladas de drogas, efetuaram 1.140 prisões, 75 apreensões de adolescentes e capturaram 2.307 foragidos da Justiça. Também foram vistoriados cerca de 1,4 milhão de veículos, sendo que 12.364 unidades, produtos de roubo e furto, foram localizadas (Secretaria da Segurança, 01/04).

É um fato infeliz saber que a maioria dos frequentadores é formada por jovens, que, em tese, têm maior resistência à doença e, contaminados, levam o coronavírus para dentro de suas casas, contaminando e, muitas vezes, levando à morte seus familiares e amigos. É uma atitude que não tem desculpa, egoísta. São pessoas que colocam a sua diversão acima da vida e não se importam o mínimo com as pessoas, esquecendo-se de que eles próprios, com a nova variante, também são atingidos.

Por outro lado, contamos com a ajuda da população. Qualquer um que tome conhecimento de festa clandestina ou qualquer evento que cause aglomeração, programado ou iniciado, pode denunciar ao Poder Público. No mês de março, tivemos 55.416 denúncias, que podem ser feitas pelo telefone 0800-771-3541 da Saúde ou pelo e-mail secretarias@cvs.saude.sp.gov.br e também no site www.procon.sp.gov.br e no Sistema de Emergência 190, da Polícia Militar.

Nunca foi tão necessário a compreensão da gravidade da situação atual e a colaboração de todos, sendo responsáveis, não organizando e nem participando de eventos que possam gerar aglomeração e transmissão do coronavírus. Colaborem, não participem desses eventos, denunciem e, se possível, fiquem em casa. Se saírem, adotem o máximo de proteção e higienizem as mãos com frequência. É desta forma que poderemos, num futuro próximo, voltar aos nossos compromissos e voltar a fazer as nossas atividades cotidianas.


Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

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